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sábado, 16 de abril de 2016

Lesbos: Papa visitou campo de refugiados entre lágrimas e gritos de «liberdade»

«Não estais sozinhos», disse Francisco, que ouviu histórias de vida e pedidos de ajuda

Mória, Grécia, 16 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco visitou hoje o campo de refugiados de Mória, na ilha grega de Lesbos, que acolhe cerca de 2500 pessoas, ao som dos gritos de ‘freedom, freedom’ (liberdade), para manifestar-lhes o seu apoio.
“Quero dizer-vos que não estais sozinhos”, declarou, depois de ter passado vários minutos a cumprimentar refugiados, muitos deles menores, de países como a Síria, Iraque, Irão, Paquistão ou Afeganistão, entre muçulmanos, yazidis e cristãos.
O Papa, acompanhado por um intérprete, conversou com várias das famílias presentes e recebeu desenhos de crianças, como presentes.
“Guardem-no bem, que não se perca, isto é para a minha secretária”, disse a um dos membros da comitiva, após receber um desenho que retratava a experiência de um menino refugiado.
Vários refugiados choraram ao encontrar-se com o pontífice argentino, alguns aos seus pés, pedindo ajuda e contando a sua história: os pais de um bebé que nasceu na costa turca, doentes com cancro, vítimas do ‘Estado Islâmico’, pessoas que não querem regressar à Síria.
“Faço da minha parte tudo o que posso e levo-os no meu coração”, disse o Papa.
Francisco percorreu o campo com o arcebispo ortodoxo de Atenas, Jerónimo II, e o patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, tendo começado por saudar um grupo de 150 menores acolhidos no centro, ao som de ‘salam’ (paz, em árabe), antes de atravessar o pátio dedicado ao registo dos refugiados e de cumprimentar pessoalmente homens, mulheres e crianças.
“Ao longo destes meses e semanas, sofrestes inúmeras tribulações na vossa busca duma vida melhor. Muitos de vós sentiram-se obrigados a escapar de situações de conflito e perseguição, sobretudo por amor dos vossos filhos”, declarou.
O Papa evocou os “grandes sacrifícios” de quem teve de deixar tudo e deixar a sua terra, sem saber o que esperar, recordando quem se encontra noutros campos de refugiados, “ansiando construir uma nova vida” na Europa.
Francisco explicou que a iniciativa ecuménica promovida com Bartolomeu e Jerónimo II visa chamar a atenção do mundo para esta “grave crise humana e implorar a sua resolução”.
“Esperamos que o mundo preste atenção a estas situações de trágica e verdadeiramente desesperada necessidade e responda de modo digno da nossa humanidade comum”, realçou.
O Papa deixou votos de que esta crise consiga despertar “o melhor” em cada pessoa, para ajudar quem passa por maiores necessidades, e quis oferecer uma viagem de “esperança” aos refugiados.
“Que todos os nossos irmãos e irmãs, neste continente, possam – à semelhança do Bom Samaritano – vir em vosso auxílio, animados por aquele espírito de fraternidade, solidariedade e respeito pela dignidade humana que caracterizou a sua longa história”, apelou.
No final deste encontro, o Papa, o patriarca de Constantinopla e o arcebispo ortodoxo de Atenas assim uma declaração conjunta, almoçando depois com alguns refugiados num contentor instalado nas traseiras do campo de Mória.

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