CREIO
O Credo, sinal de
identidade «A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este
‘estar com Ele’ introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita.
[...] A própria profissão da fé é um acto simultaneamente pessoal e
comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. [...] Como atesta o
Catecismo da Igreja Católica, ‘Eu creio: é a fé da Igreja, professada pessoalmente
por cada crente, principalmente por ocasião do Baptismo. Nós cremos: é a fé da
Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral,
pela assembleia litúrgica dos crentes. Eu creio: é também a Igreja, nossa Mãe,
que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: Eu creio; Nós cremos’.
[...] Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para
se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a
inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja»
(Bento XVI, «A Porta da Fé», 10).
O «Credo» é designado
«símbolo» da fé. Esta denomina-ção está perfeitamente conforme com a origem timológica
da palavra, porque o símbolo, originalmente, era um objecto partido
em dois, permitindo o reconhecimento entre as duas partes de um pacto, de um
contrato. Cada parceiro conservava consigo uma metade desse objecto, e quando
se juntavam as duas partes, podiam reconhecer-se ligados pelo pacto que anteriormente
tinham assinado. O símbolo tem o valor do reconhecimento. Da mesma forma, o
«Credo» é um símbolo porque, ao recitarmos este texto, reconhecemo-nos cristãos
e parceiros de todas as gerações cristãs que nos precederam. É a expressão de
uma fé comum, da fé da Igreja, e, por isso, tem de ser devidamente respeitado
por todos. Esta dimensão eclesial da fé exige uma linguagem comum, «uma
linguagem normativa para todos, que a todos une na mesma confissão de fé»
(Catecismo da Igreja Católica, 185). Por isso, este ano pastoral será uma
oportunidade para aprofundar os conteú-dos do «Credo», a partir do Catecismo da
Igreja Católica. 14 L plano pastoral plano pastoral L15«A certeza existencial
de ter encontrado um sentido para a vida na fé deve, de algum modo, ser
expressa através da profissão dos seus conteúdos que são considerados com
certeza na sua verdade. Como ensina o Apóstolo: «Acreditar com o coração leva a
obter a justiça, e confessar com a boca leva à salvação» (Carta aos Romanos 10,
10). Por isso, crer não é só uma experiência íntima, mas também uma expressão
verbal que passa através da linguagem» (Rino Fisichella, «A fé como resposta de
sentido - Abandonar-se ao mistério», Paulinas, Prior Velho 2006, 124).
Sem comentários:
Enviar um comentário